segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1º de Dezembro

Porque é que hoje é Feriado Nacional?

Tudo começou quando um rapazola, que era rei de Portugal, conhecido como D. Sebastião, decidiu ir para a guerra em África. Armado em herói, por lá morreu em Alcácer Quibir e dada a sua tenra idade (apenas 24 anitos) não deixou descendência ( mesmo que deixasse não teriam idade para reinar). O seu parente (ascendente) mais próximo ainda vivo era o seu tio-avô, Cardeal D. Henrique, que foi aclamado rei após a morte do sobrinho. Devido à profissão de Henrique (pertencia ao clero) este não teria descendência, logo era um rei provisório e deveria decidir quem seria o seu sucessor. Vai daí que o homem morre entretanto e fica instalada a confusão, com três candidatos ao trono do nosso país: António, o Prior do Crato; Filipe II rei de Espanha; e Catarina, duquesa de Bragança. Acabou por ser aclamado D. António I, mas a pressão espanhola fez com que Filipe II de Espanha passasse a ser também Filipe I de Portugal. Este prometeu aos tugas da altura que iria manter o país com uma certa independência, mas o seus sucessores, Filipe II e Filipe III, queriam era tornar Espanha maior... O povo há muito que não estava contente, mas a guerra dos 30 anos espanhola retirou muitas regalias à fidalguia portuguesa, que deixou de estar contente também. Então reza a História que uns 40 homens da nobreza, no dia 1 de Dezembro de 1640 entraram "casa adentro" (Paço Real de Lisboa) da vice-rainha e atiraram o seu Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos (considerado traidor por ser português e apoiar o domínio filipino), janela fora. Com esta morte, puseram-se à janela e aclamaram D. João IV Rei de Portugal.
Desta forma, Portugal voltou a ser um país independente e este dia foi reconhecido como o Dia da Restauração da Independência (apesar de só 28 anos depois Espanha ter dado o braço a torcer...)
Para perceberem melhor o porquê de serem estes os personagens desta história e não outros, fica aqui parte da árvore genealógica do Rei D. Manuel I, que era "pai" desta gente toda!



Curiosidade: se Portugal fosse uma Monarquia, hoje seria rei D. Duarte Pio duque de Bragança, que ainda tem sangue desse tal D. João IV a correr-lhe nas veias.

PS: Decidi-me por esta forma de escrita para dar um tom divertido ao texto. Não era minha intenção fazer um relato histórico, porém os factos são verídicos e constam na História de Portugal. Nada disto foi inventado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom texto.
Confesso que nunca gostei da disciplina História, sobretudo a que dizia respeito à história de Portugal. Achava-a monótona.. talvez pela forma como era "ensinada".

Quanto ao dia propriamente dito.. sabia que era a tal situação "atirar Miguel de Vasconcelos pela janela fora", porque fora isso, nunca liguei muito a isto.

E é esta situação que muitos falam nos dias de hoje.. uns dizem que devíamos ter continuado a ser "dominados" por "nuestros hermanos", porque talvez estivessemos melhor neste momento.

Abraço

N M Alves disse...

não acredito que fosse melhor Portugal pertencer a Espanha: 1º porque a Espanha sempre teve muitos inimigos ao longo da História e nó muitos aliados; 2º porque nem todos os espanhóis estão assim tão bem e contentes...veja-se o caso da Galiza!